domingo, 26 de outubro de 2008

Eu tentaria entender...

Eu tentaria entender se alguém se dispusesse a explicar. A solidão não é nada além da minha melhor companhia. O coração bate fraquinho, barulho surdo, quase sumindo. E pra que o estardalhaço quando não há ninguém para ouvir? Pra que o bater forte, a paixão, o grito? Se eu não tenho ouvidos para eles, quem os terá?! Deixe-me aqui quieta, no meu próprio silêncio. Não ouço o mundo, ele não me ouve. Estamos quites. Não sou metade do que quero ser. Ainda bem! Assim, ainda tenho com o que sonhar. E vivo desses sonhos, como se os comesse devagarzinho, saboreando um por um. Tenho uns doces, outros amargos. Mas são meus e só. Vivo deles; sou eles. E caminho de mãos dadas com a solidão, com meus sonhos na boca, num caminho sem estradas.

Paradoxos

Sou um vazio cheio de pequenos vazios lotados de nada. Cada um deles tem o peso do mundo, cada um deles faz uma zoada silenciosamente infernal. Tenho todas as cores em mim e, por tê-las todas, tenho nenhuma. Sou o branco, a mistura de todas as cores resulta num profundo vazio. Até nisso me torno um nada, me consumo. E a solidão me dói. Inquieta e calma, controversa como esse texto. Uma sensação de... De nada mesmo. Como se algo que não sei o que é me puxasse os braços. Mas eu não vejo essa força, invisível como ela só. E quem disse que estar rodeado de gente não nos permite a solidão? Essa é interna, depende só de mim. Estranho é que eu não me sinto mais, como se de tão só, de repente me consumisse por inteiro. Então, nem existo mais? Sou nada. Diria o poeta que, "a partir disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". Mas eu não sonho esses sonhos... E começo a sumir, a sumi, a s...