sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Memorial

No palco:

"Eu amo mais meu amigo do que alguém pra namorar. Namoro a gente termina. Amigo, que é amigo mesmo, é pra continuar!"



E lá atrás, na penúltima fileira, um aperto de mão suave...
(sim, continua...)

sábado, 22 de novembro de 2008

Quero de novo

Apenas começamos...
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Quero chegar cedo e marcar lugar na extrema esquerda da sala 07. Quero chats intermináveis falando dos professores; datas e aulas especificadas no topo e um papel amassado passando de mão em mão. Quero Xaw-xaw nas folhas de bloquinho. Conversar a aula toda e ter o descaramento de responder as peguntas do professor ou mesmo perguntar "pra que serve sua matéria?" com o único intuito de desviar o assunto principal. Quero só ter o trabalho de Biologia pra fazer; quero escolher não fazer. Gazear aula pra jogar mau-mau e tocar violão.
Quero almoço no Braseiro regado a muita Fanta Uva e risada. Ver a Jéssica bêbada com refrigerante! Chegar cedo pra pedir coração, reclamar da demora e pagar a conta com moedas de 50 centavos.
Quero todos deitados, a cabeça no colo de um, os pés no outro, beijos, abraços e apertos! Quero ciúmes, brigas, birras e bicos. Quero intenso e verdadeiro; risos e lágrimas.
Quero os "jedai", a comissão eleitoral e a "galera de lá". Quero até o "resto da sala"! Ver de novo o par de tênis vermelhos balançando na cadeira ao lado. Ver o fichário do Harry Potter cheio dos trabalhos e tarefas que todos deviam estar fazendo mas só ela dava conta. Um boné azul atrás de mim (porque até desse boné eu sinto falta). Mexer em negras "melenas" enquanto a aula rola ou então discutir qualquer coisa, por qualquer besteira, só pra me desentender com o melhor amigo. Quero beijo na boca escondido quando o professor der as costas.
Quero a fila do hotcat, a escada, o pátio e o motor. Quero o chão vermelho, a quadra e a sala do CEEM. Quero o Cefet inteiro! Quero filosofias inúteis para não ter que discutir polêmicas. Quero fazer cota de aniversário.
Eu já tenho a blusa; agora eu quero a calça!
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P.S.: Com foto na bunda, Plin!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

lágrimas escondidas

Incrível como a gente vai esfriando com o passar do tempo. As mágoas e frustrações se alojam no peito, fazem feridas que a gente leva sem nem perceber. Tantas quedas acumuladas que, ao cair de novo, parece que nem dói mais! Acostuma... Esses buracos não deixam mais espaço pr'as emoções que nos moveram um dia.
No começo, lembro, eu chorava por tudo; sentia as pequenas coisas com uma profundidade sem igual. Ardor típico de um coração jovem. Tudo acabava em lágrimas; o riso e a dor! A gente chora de alegria, veja que absurdo!
Hoje, quando você se foi, eu não chorei. Mas não porque não vá sentir sua falta, não que me falte amor, mas eu, que já enterrei tantos dos seus, aos prantos, hoje não consegui derramar lágrimas pela tua partida. Acredite, meu bem, quando eu olhar pro seu cantinho, vai me dar um aperto... Talvez um aperto bom, por lembrar dos nossos momentos felizes. Levo em mim as coisas boas de ti. Inclusive a maior lição: não chorar! Há dores e injustiças maiores do que perder alguém; nunca tê-lo tido, por exemplo...
=)
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je t'aime (toujours)

sábado, 15 de novembro de 2008

Deleite

Pra você, que me tira o sono...
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Acordou no meio da noite com uma sensação estranha. Não, não era o vazio costumeiro, pelo contrário! Sentia-se encher de emoções diferentes que não sabia ao certo de onde vinham. Talvez, do outro lado da cidade, alguém também estivesse acordado; talvez sentisse exatamente a mesma coisa. Esse pensamento ardeu no peito e lhe fez tremer. Era recíproco, sabia. Se preencheriam juntos.
Foi pensando assim que correu as mãos pelo próprio corpo, como se sentisse o carinho que esse alguém lhe dava. Do outro lado da cidade faziam o mesmo as outras mãos. E, apesar da distância, puderam sentir um ao outro. As mãos de ambos, trêmulas, percorriam-se, acariciavam-se na fantasia. Num universo que não era aquele. Que era só deles.
E o desejo veio forte e arrebatador. Sentiu que não poderia mais esperar, não amanheceria enquanto não se satisfizessem. Fechou os olhos. Sentiu os lábios quentes em suas costas e pôde ouvir os sussurros do outro. A distância não era sequer capaz de barrar o som do gemido abafado. Sentia o cheiro, as mãos, o calor!
Tudo ficando mais intenso, mais forte... mais rápido! Sentiu o suor escorrer pelo seu rosto e percebeu que aquele suor não era apenas o seu.
Enfim, o gozo. Como se seu peito abrisse de repente, como se se enchesse de luz! Vertigem... Olhar sem ver. E as mãos, ainda trêmulas, perdiam-se procurando o outro corpo. Para eles, tudo muito real.
Talvez ninguém entenda como naquela noite, mesmo tão separados, puderam estar tão juntos. Mas eles entendiam. Entendiam também que não havia acabado. Nunca passa... Havia ainda muito para saciar. E muito sono pra perder...